sábado, 26 de novembro de 2011

Sólida Solidão




Solidão sólida
compartida repartida
entre centenas de prédios
e milhares de seres
arranhando céus
da indiferença social
sósia solitária
da comunhão virtual
que se aninha em rede
como no casulo de uma casa
se tecem os passos
paralíticos dos desamores
e as teias esgarçadas
do casal que se desfaz.

Sopro vital
sobre a superfície inútil
a esperança naufraga
em inúteis braçadas
e recupera o fôlego
na saturação do tédio
que explode em artimanhas
do acaso inusitado
entrelaçando vidas
em fios desencontrados
que se revelam tecidos
na solidez de um só destino.  

                                              (Poema inspirado no filme Medianera, argentino, em exibição. Muito bom).              

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