Chico de Assis
Carrega no sobrenome
como Cristo carregou nos ombros
o símbolo do sofrimento.
E o conduz através dos tempos
com os olhos serenos
dos que não conhecem rancor
e fazem da revolta
apenas um clamor
de justiça.
Se há realce nesses olhos
aponta para o amor.
Se neles há angústia,
aponta para o desassossego
da procura por entre os becos da mentira
os desvarios da tortura
os escaninhos do ódio
com que foram obrigados a conviver
na luta pelo pontificado da verdade.
Esses olhos
irradiariam apenas a bondade.
Não fosse a fagulha
fratura exposta
que sem lhes tirar o brilho
conduz a firmeza que interroga:
“Onde está meu filho?”
14 de outubro de 2011.
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