CHICO DE ASSIS
E se inda houver amor eu arderei
na chama que me queima sem doer
na dor que desatina e ninguém sente
no fogo que se alastra e ninguém vê.
E se inda houver amor camoniana adaga
inscrita no meu corpo como espátula
que rasgue em minha carne a última chaga
e faça do meu sangue o meu viver.
E se inda houver amor bem escondido
estiolado em trapos demolido
eu hei de arquitetar seu refazer:
sob o signo dessa luz luciliana
quasar de estrelas míticas refulgentes
sussurrarei palavras de silêncio.
Em Recife, 10 de setembro de 2011.
Delícia. Forte. Mexeu.
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