Sob o ventre do crepúsculo, cruzamos as mãos e abrimos os olhos às flutuações da matéria corporal. Embalados ao vento, rendidos ao encanto de majestáticas catedrais, abandonamos o plano horizontal de nossas vidas, por outro vertical e acidentado, que nos transportaria à nova horizontalidade: a plenitude enevoada dos mitos.
O amor nos parecia o parto de uma ternura granítica, recendendo à rocha onde sentamos a fadiga dos corpos. Crateras de afeto fixavam-se às pedras, através das quais impulsionamos o jogo de pernas em desamparo, casualmente transformadas em instrumentos do sexo.
Naquele tempo, jamais pressuporíamos a diluição futura, prenunciada apenas no reflexo murmurejante, sobre nossos sentidos, das água de um mar distante.
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